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sábado, 14 de novembro de 2009

Sites para preparação de Homilias


Navegando pela internet para buscar sites que pudessem oferecer algum material que fosse interessante e de auxílio para as reflexões homiléticas encontrei ao longo dos anos este que quero agora partilhar com todos:

http://www.mundocatolico.com.br/
Este site traz um bom conteúdo, ele tem um visual antigo, mas as reflexões são muito boas.

http://www.buscandonovasaguas.com/
Este site disponibiliza materia para reflexão em documento de texto e Apresentação(Power Point).

http://www.religiaocatolica.com.br/santosdodia_novembro.asp
Sessão do site religião católica que apresenta os santos do dia, também algo necessário para a reflexão dos dias de memória.

http://blog.cancaonova.com/homilia/
Blog que traz boas reflexões diárias.

http://www.presbiteros.com.br/
Tradicional site que disponibiliza material para reflexões.

http://www.arquidiocese-pa.org.br/v2/lerMeditacao.php
Site da Arquidiocese de Pouso Alegre que disponibiliza também reflexão sobre a liturgia dominical.

http://www.homilia.com.br/
Este site oferece reflexões para todo o ano antecipadamente.

http://www.teologiafeevida.com.br/modules/news/index.php?storytopic=5
Este site também traz um bom conteúdo sobre homilias, além de outros materiais para formação.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Trinity Stores (Tradução)

Olá amigos(as)

Um dos sites que traz grande número de ícones modernos é o www.trinitystores.com . Porém, há um grande inconveniente para a maioria dos leitores brasileiros, o site é em língua inglesa e isso complica bastante a assimilação do rico conteúdo do site.
Para amenizar esse inconveniente eu sugiro o seguinte:
a) Clique no linque abaixo, e você será direcionado ao site de traduções do google
http://translate.google.com.br/?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt
b) feito o item anterior, digite o endereço do site: www.trinitystores.com
no campo que o site acima lhe oferecerá e dê um duplo clique no botão traduzir
c) feito isso, já poderemos desfrutar de uma tradução automática do site www.trinitystores.com

Espero que aproveitem a dica, qualquer dúvida é só postar um comentário e estarei a disposição para responder.

Paulo Giovanni

terça-feira, 3 de março de 2009

O Altar de Pérgamo

Pesquisando sobre a cidade de Pérgamo (atual Bergama na Turquia), descobri algumas curiosidades muito belas. A mais bela é o Altar de Pérgamo que atualmente se encontra na Alemanha.

Neste link vocês poderão conferiar as belas fotos do Altar

http://rubens.anu.edu.au/laserdisk/pergamon/ para visualizar a imagem em tamanho maior é só clicar em "Big" ao lado da foto.

domingo, 1 de março de 2009

Igrejas Não -Calcedonianas

Igrejas não-calcedonianas


As Igrejas não-calcedonianas são uma denominação cristã que surgiu em seguida ao Concílio de Calcedônia, em 451, elas também são denominadas Igrejas monofisitas.

As Principais Igrejas são: Igrejas Alexandrinas (Igreja Ortodoxa Copta e Igreja Ortodoxa Etíope), as Igrejas sírias (Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia e Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil, ICOSB) e Igreja Apostólica Armênia.



Igreja Siríaca Ortodoxa


Para a Igreja Siríaca o apostolado recebido de Jesus Cristo passou de Pedro para Evódio e deste para Ignatius, o Iluminado, e assim sucessivamente de patriarca para patriarca e dos patriarcas para os bispos e destes para os sacerdotes e diáconos até os dias atuais.

O sacerdócio bem como o diaconato está dividido em cinco categorias na Igreja Siríaca

O diaconato é uma instituição de ordenação sagrada pela imposição das mãos de um Bispo ou Patriarca da Igreja, constituindo-se no primeiro degrau da escala sacerdotal na Igreja Siriaca Ortodoxa de Antioquia.

As cinco categorias do diaconato distinguem-se pelo uso das faixas (dalmáticas - HORURE), todos os diáconos usam uma túnica branca (alva). O diácono não é um ministro e sim um auxiliar do ministro na Igreja, sua função é voluntária e não deve nunca receber paga pelo que faz. O diácono é chamado de Mxamxono em siríaco, e quer dizer "aquele que serve". No linguajar popular chamam-no de Xamoxo e tem o mesmo significado.
Numa escala ascendente, ou seja, da menor ordenação para a maior os diáconos podem ser:
1º - Mzamrone (cantores) - é o grau mais simples do diaconato. Só usam a túnica branca e no início da Igreja eram os cantores do coral da Igreja.
2º - Koruie (leitores) - além da alva usam a faixa em desenho de cruz na frente e nas costas como asas de anjos e sua função está definida no próprio nome, limitavam-se às leituras das cartas orientadoras dos apóstolos e do velho testamento.
3º - Afediacone (guardiões) - é a categoria essencial do diaconato, tem a função de guardiões da Igreja contra invasões, busca manter a ordem entre os leigos, os neófitos, vestem-se com a alva e a dalmática iniciando-se por sobre o ombro esquerdo dá a volta por trás e torna a lançá-la por sobre o ombro esquerdo dando a conotação da espada do guardião. O afediacono tinha a obrigação de auxiliar na mesa servindo os necessitados, órfãos, amparando viúvas e doentes, participar ativamente das obras pias, etc.
4º - Euengueloie (evangelistas) - tem a função de ler o Evangelho, explicando e ensinando o conteúdo do Livro Sacro. Sua obrigação básica é a evangelização e o trabalho missionário. Deve o diácono evangelista, se convocado, acompanhar o sacerdote quando este leva a comunhão a um doente ou moribundo; sobre suas mãos o sacerdote pode depositar a comunhão, deve ser cônscio das suas funções, humilde e atencioso, pois, quando o sacerdote levava antigamente a comunhão ao doente ou moribundo, isto é, fora do recinto da Igreja e no trajeto não podia falar com ninguém. O diácono desta categoria, veste por sobre a alva a faixa caída por sobre o ombro esquerdo para frente e para trás; a disposição da faixa dá a idéia de coluna.
5º - Arquidiacon (arquidiácono) - é o líder dos diáconos na Igreja, merece respeito e normalmente deve ser uma pessoa profundamente culta, ponderada, paciente e principalmente humilde. Ensina os diáconos mais novos, divide e coordena distribuindo as funções ou atividades entre os diáconos. Veste-se com a alva e usa todos os paramentos sacerdotais isto é a estola, o cinturão e os manípulos, menos a grande capa sacerdotal (casulo), exclusiva do sacerdócio, se fez voto de celibato e recebeu o pálio menor deve usá-lo.

A cerimônia de ordenação dos dois níveis mais altos do diaconato ou seja para as categorias de evangelista e arquidiácono é a mesma dos sacerdotes, mas os diáconos não têm o direito pleno do sacerdote para ministrar sacramentos.

Santo Afrem, o Siríaco, diácono e monge, organizou o canto na e oficializou o diaconato para as meninas e mulheres.

Na Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia nos primórdios do Cristianismo e isto já por volta de 400 a 600 AD, vestiam as diaconisas longas túnicas brancas, mais largas que as dos diáconos e usavam faixas ao estilo dos "afediacone" ou seja equiparando-se a terceira categoria hierárquica dos diáconos, e, eram constantes as referências a seus trabalhos nas Igrejas, Mosteiros ou Conventos, escolas, etc ...

As ordenações sacerdotais:

1º - DAIROIO XARUOIO (frade) - trata-se da primeira ordenação que um sacerdote pode receber a partir do diaconato, e restringe-se a fazer seu voto sacerdotal de vida celibatária recebendo o pálio menor das mãos de um prelado ou patriarca. Não ministra sacramentos e sua vida pode ser dirigida exclusivamente para a vida monacal contemplativa, ou para o serviço social. O pálio menor pode ser tanto dirigido aos homens como às mulheres.

2º - COHNO ou CAXIXO, (é a partir deste grau que começam as categorias e ordenações sacerdotais) sacerdote ou padre pleno, tem sua ordenação presidida por um patriarca, maferiono, arcebispo, bispo ou epíscopo e pela imposição das mãos a exemplo dos apóstolos recebe a partir daí o direito de ministrar os sacramentos à comunidade. Esta função como as demais que citaremos do sacerdócio é exclusiva do sexo masculino.
A partir deste nível de ordenação sacerdotal exige-se o uso do solidéu ( do latim soli Deo que quer dizer sómente a Deus e para os siríacos chama-se firo que em aramaico quer dizer fruto) durante o ministério dos sacramentos.

Especificamente o padre na sua paróquia deve trabalhar de comum acordo com o Conselho Administrativo laico escolhido pelos fiéis e em caso de impossibilidade ele mesmo pode nomear um conselho para auxiliá-lo na administração laica. O sacerdote tem o dever e a obrigação de eliminar do corpo administrativo do Conselho elementos de idoneidade dúbia.
O sacerdote preferivelmente não deve se envolver nas questões materiais, mas tem obrigação de supervisioná-las e o seu acesso deve ser permanente, no entanto, sua função maior é buscar ensinar, orientar e trazer para a vida cristã o maior número de fiéis; deve ser estudioso, sábio, humilde, praticar corretamente os rituais, respeitar os seus superiores espirituais hierárquicos e observar rigorosamente as regras, cânones e tradições da Igreja.
Os padres na Igreja Siriaca Ortodoxa de Antioquia podem ser celibatários ou casados e não podem ser portadores de nenhum defeito físico ou mental, devem ter boa aparência, corretos na sua conduta e ilibada idoneidade moral.
No caso de celibatários, são escolhidos dentre os monges e diáconos e fazem voto permanente de castidade. Mesmo como padres celibatários podem continuar nos mosteiros, nas escolas, nas sedes diocesanas, patriarcal ou em suas cavernas. Devido às constantes baixas sofridas pela Igreja, os padres celibatários foram forçados a servir nas igrejas paroquiais anteriormente redutos exclusivos dos padres casados.
Já os padres casados só podem receber a ordenação sacerdotal depois de ter contraído o matrimônio, e, preferencialmente não ter filhos após a ordenação. Na antigüidade os padres casados eram escolhidos entre os diáconos mais velhos para servir as paróquias mas atualmente os seminaristas que optarem pela vida conjugal podem contrair núpcias antes da ordenação e seguir uma vida conjugal normal uma vez que ainda não receberam o pálio menor.
O padre celibatário ou não, bem como o diácono e a diaconisa devem ser ordenados especificamente para servir um altar, desta forma o prelado que preside a ordenação declara para o altar de que igreja ou mosteiro foi ordenado.
3º- CURA-EPISCOPO - Os padres casados podem ser elevados à condição de cura-epíscopo e quando em estado de viuvez tanto o padre casado como o cura-epíscopo podem ser ordenados epíscopos.
O cura-episcopo pode ser o líder de um grupo de padres casados num lugar específico, tem cargo de liderança e respeito, usa a cruz peitoral, e sua sobrepeliz, é revestida internamente da cor violeta.
O epíscopo tem os mesmos poderes de um bispo, paramenta-se como tal, no entanto, o epíscopo não pode vir a ser patriarca mas tem voto no Santo Sínodo , sendo considerado no Santo Sínodo como o menor dos irmãos. São raros na Igreja Siríaca os casos de ordenação desta categoria. Destacam-se nestes casos só os que prestaram serviços relevantes à cultura ou à administração comunitária.
Os padres celibatários recebem o pálio menor na sua ordenação monacal, símbolo de castidade e celibato. Em termos de poder, os padres celibatários ou não, tem os mesmos direitos, no entanto só os padres celibatários podem ser ordenados bispos, arcebispos, metropolitas, maferione (católicos) ou patriarcas.
Básicamente para o ministério dos sacramentos os sacerdotes celibatários ou casados usam sempre sobre o hábito uma túnica branca e sobre ela a estola presa à altura da cintura por um cinturão, cingindo-lhes as costas, os manípulos ou punhos e o casulo, ou capa sacerdotal. Os celibatários usam o solidéu por baixo do pálio menor e os casados usam só o solidéu.
4º - HASIO - Na Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia o bispo é chamado de HASIO que quer dizer puro ou justo e desta palavra aramaica se originou o termo "essênio".
Como vimos no capítulo anterior referente à jurisdição da Igreja, a constituição canônica dá os mesmos direitos e significados para os termos "bispo, arcebispo e metropolita", pois, em siríaco a única palavra para tal desinência é HASIO. Desta forma restringiremos o uso à palavra bispo para melhor explanação. Sua sobrepeliz deve ter nos internos a cor vermelha, tem direito ao uso do báculo e da cruz manual e recebe o pálio maior (Masnafto) diretamente do patriarca ou do maferiono.
O bispo pode e deve ordenar diáconos, diaconisas e monges, monjas, frades e padres para a sua jurisdição com a devida anuência patriarcal e sobre suas atribuições administrativas já discorremos anteriormente.
5º - O MAFERIONO que em siríaco quer dizer "frutífero" e que na sua ordenação recebe o título de "católicos" isto é "universal" é o equivalente (grosseiramente) a um vice-patriarca, tem sob sua jurisdição diversas dioceses e arquidioceses. Mantém em sua jurisdição um sínodo de jurisdição local e pode ordenar inclusive novos bispos. A Igreja Siriaca Ortodoxa de Antioquia pela extensão territorial teve diversos "maferione"(plural de maferiono) subsistindo este cargo até os nossos dias só na Índia. É bom lembrar que hierarquicamente o "maferiono" nas suas atribuições comparativamente é superior ao cargo cardinalício da Igreja Católica Romana.
O "maferianato' da Índia possui hoje algo como 1500 igrejas, 2000 sacerdotes, 3 universidades, diversos mosteiros, centenas de escolas dominicais, entidades evangelizadoras, entidades pias e assistências de saúde.
Em caso de morte do "maferiono', compete ao Patriarca e ao Santo Sínodo nomear o novo substituto de comum acordo com o clero e a comunidade local.
6º - O PATRIARCA é o grau hierárquico mais alto da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia e é o representante de Nosso Senhor Jesus Cristo na Terra, é o sucessor direto de São Pedro o Apóstolo e é irmão e amado dos apóstolos, deve ser obrigatoriamente celibatário e escolhido entre os bispos da Igreja em Concílio Sinodal. Seus atos e decisões são inquestionáveis desde que não firam os cânones da Igreja em questões de fé; tem direito ao título de santidade mas não de infalibilidade. Deve ser puro, sábio, literato, deve ensinar e cuidar da Igreja, é o guardião da fé verdadeira, preside o Santo Sínodo.


Uma dissidência Brasileira:


A Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil é originária da Igreja Siríaca Ortodoxa no Brasil, quando seu bispo, Rabban Moussa Matanos Salama, atuando como missionário nas comunidades siríacas no Brasil desde 1959, decidiu atuar entre os brasileiros de outras etnias.

Em 1983 Rabban Moussa Matanos Salama foi sagrado bispo pelo Patriarca da Igreja Ortodoxa Síria (Jacobita) de Antioquia, Ignatius Zakka I Iwas, adotando o título de Mar Crisóstomo.

A atitute de nacionalizar a Igreja Sírica levou a um cisma em 1986 e Mar Crisóstomo acabou por organizar a ICOSB recebendo alguns dissidentes da Igreja Católica Apostólica Brasileira que necessitaram de ordenação e alguns da Igreja Católica Apostólica Romana que não necessitaram ser ordenados. A ICOSB é participante do CONIC.

A ICOSB aceita, a princípio, os três primeiros Concílios Ecumênicos (monofisismo), apesar que a Igreja Síria Ortodoxa participa do diálogo para a unidade cristã. Possui práticas ortodoxas respeitando elementos do catolicismo romano por sua índole ecumênica. Diferentemente das outras igrejas orientais, possui elementos sincréticos do catolicismo popular brasileiro, por exemplo não é exclusivamente iconoclasta adotando imagens nas suas igrejas. Também acreditam no purgatório. Não exigem o celibato clerical como única forma de vida imposta admitindo homens casados ao sacerdócio. Possui elementos pentecostais por causa da índole cultural e religiosa do Brasil.


Igreja Copta Ortodoxa


O número de cristãos de rito copta é superior a 40 milhões, estando distribuídos principalmente pelo Egipto (10 milhões), Etiópia (30 milhões) e Eritréia (2 milhões), e também por Israel e Sudão. Os coptas celebram o Natal em 7 de Janeiro. Uma costume curioso da Igreja Copta é que, em muitas missas, ainda reza-se e lê-se em copta, a língua original do Antigo Egito.


Igreja Apostólica Armênia


A Igreja Apostólica Armênia se separou das demais Igrejas do mundo após o Concílio de Calcedônia em 451, por não aceitar as determinações consideradas pró-nestorianistas. A Igreja Armênia é chamada de monofisista, mas ela também considera herética a existência apenas da natureza divina de Cristo, defendida por Eutiques, mas também refutou a existência bem delimitada e inconfusa de Humanidade e Divindade na pessoa de Jesus, defendida por Nestório. A Igreja Armênia achou um ponto de equilíbrio entre as duas doutrinas, aceitando que em Jesus há a parte humana e a parte divina, havendo apenas uma natureza do verbo encarnado.

Sua sede patriarcal é Etchmiadzin.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Homilias

http://www.homilia.com.br/

Navegando pela web encontrei este interessante site que disponibiliza todas as homilias do ano. É mais um subsídio a mão dos agentes de pastoral e ministros da Palavra.

domingo, 25 de janeiro de 2009

‘Excesso de zelo metodológico’

João Batista Libanio *

Adital -
Há marcante diferença entre certos ambientes acadêmicos de abertura e diálogo e a repercussão midiática de discussões aí travadas. Some-se a tal um traço da psicologia brasileira, pouco afeita ao debate sereno das idéias sem imiscuir aspectos pessoais, afetivos e emocionais. E quando o tema carrega por si mesmo explosivos ideológicos, o jogo soberano das idéias se faz ainda mais dificultado.

Os dois artigos de Clodovis Boff e as críticas que lhes foram feitas por abalizados teólogos da libertação têm causado certa perplexidade num público pouco acostumado a tais confrontos. Até então a teologia da libertação parecia uma fortaleza na defesa dos pobres somente atacada por adversários situados no outro pólo ideológico ou eclesial. E agora, alguém que tem um passado profundamente ligado á opção pelos pobres e não renuncia, de modo nenhum, a prosseguir aderindo a ela, traz reparos à maneira como teólogos da libertação têm procedido nesse campo.

Santo Inácio aconselha aos orientadores dos Exercícios Espirituais respeitar a verdade do outro, ser acolhedor e mais disposto a salvar a proposição do próximo do que a condená-la (EE. EE. 22). Nesse espírito inaciano, com certa dose de mineirice, tentarei entrar no coração da afirmação dos contendentes, entendê-la e só depois oferecer observações.

Clodovis Boff parte da preocupação radical de mostrar em que consiste a real episteme da teologia. Ela deve partir do princípio da fé em Jesus Cristo. E a fé em Jesus Cristo se configura pelas Escrituras cristãs, como ele já em outros escritos insistia. E as Escrituras cristãs englobam a Sagrada Escritura e o que a reflexão da fé eclesial elaborou em termos dogmáticos ao longo do século. Ao se pôr o pobre no seu lugar, corre-se o risco de encurtar a teologia, de ideologizá-la, perdendo de vista a referência primeira e principial de Jesus Cristo. Em termos abstratos, nenhum teólogo discordaria de tal posição. Portanto, o nó da discussão não está aí.

A pergunta continua: com que critério ler e entender a fé em Jesus Cristo. Por mais ortodoxa que pareça ser a fé em Jesus Cristo, ela tem sido ideologizada ao longo dos séculos por muitos interesses ou isolada dos grandes problemas sociais. Os teólogos da libertação avançam dizendo que o lugar para entender e interpretar a fé em Jesus Cristo são os pobres. Não se trata somente do lugar social, mas também do lugar de intelecção. E a razão vem do próprio Cristo que quis manifestar-se, revelar-se, ele mesmo pobre e em íntima comunhão com os pobres. Fora dessa perspectiva, a compreensão de Jesus Cristo pode ser distorcida. E este é o ponto central. E disso a teologia da libertação não abre mão.

Cl. Boff teria razão em termos teóricos e abstratos. Ele alerta os teólogos da libertação para que o lugar do pobre se entenda em íntima articulação com a fé em Jesus Cristo. Os pobres não podem descolar da pessoa de Jesus. E recebem de Jesus toda sua luz. É uma luz intensa e profunda, porque os pobres entram no plano da revelação e da salvação de modo central por opção do próprio Deus.

A preocupação, embora legítima de Cl. Boff com o aspecto da fé em Jesus como princípio da teologia, manifestada de maneira contundente no artigo da REB (Cl. Boff: Volta ao fundamento: réplica, in REB 68 (2008), n. 272, p. 892-927), corre o risco de ser interpretada por pessoas alheias as filigranas teológicas como deslegitimante da opção pelos pobres. Esta não entra em questão, já que sua evangelicidade está fora de qualquer discussão.

Os reparos teóricos à primazia dada ao pobre pelos teólogos da libertação em nome da pureza metodológica da teologia soam antes acadêmicos que pastorais. Cl. Boff adverte para o fato de que falhas metodológicas acarretam graves conseqüências para a vivência da fé e para a pastoral. Ele não está de acordo com a posição de teólogos da libertação que minimizam sua posição, julgando-a exageradamente ortodoxa e que preferem "errar com os pobres" do que cultivar metodologia asséptica.

Sem retirar em nada minha profunda estima por Cl. Boff e pelo valor de seus escritos, de que me considero devedor, custa-me entender esse excesso de zelo metodológico em relação a uma teologia cujo serviço maior à Igreja da América Latina e de todo o mundo consistiu precisamente em afirmar com força e clareza a centralidade do pobre para além do lugar social, ao atingir a própria compreensão de Jesus. A questão central para mim gira em torno do critério de que dispomos para interpretar a fé em Jesus. E Jesus mesmo se autodefiniu na dupla realidade de Filho em face de Deus e de identificado com os pobres. Portanto, essas duas coordenadas permitem-me saber o que significa a fé em Jesus, princípio da teologia. Sem os pobres, não sei bem como pensar teologicamente a revelação. Essa precedência do pobre não contradiz ao aspecto principial da fé em Jesus, mas dá-lhe concretude, consistência, conteúdo, impedindo que a fé se perca em abstrações e alienações. Os risco do desvio da fé em Jesus pela ausência dos pobres é muito maior do que o risco de deturpar a figura de Jesus pelo excesso, mesmo ideológico, da relevância do pobre. Talvez tal aspecto falte ao rigor teórico do texto de Cl. Boff.

Os teólogos da libertação aprendemos dessa exigência metodológica de Cl. Boff manter bem clara a relação cristológica da opção pelos pobres. Aqui soa a frase de Bento XVI no discurso inaugural de Aparecida: "a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua pobreza". E, por sua vez, a intuição e a prática da teologia da libertação mantêm toda teologia alerta para não se perder em reflexões ortodoxas, seguras, mas sem relevância existencial, social e pastoral. O debate, em vez de desgastar-nos, serve para manter ainda mais firme e clara a opção pelos pobres na elaboração teológica e na prática pastoral - contribuição da teologia da libertação - e o olhar claro e sem rebuço para a pessoa de Cristo que se fez pobre e que nos propõe os pobres como aqueles com que ele se identificou e a partir de quem o interpretamos segundo sua vontade.

[Publicado e enviado por Jornal de Opinão - www.jornaldeopiniao.com.br]


* SJ, é teólogo, escritor e colunista do Jornal de Opinião

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sugestão de enciclopédia on line

Acredito que essa Enciclopédia Popular on line possa ser de grande utilidade para os agentes de pastorais e leigos que queiram aprofundar um pouco mais seus conhecimentos. É uma enciclopédia totalmente em língua portuguesa e que traz os principais temas e assuntos da fé católica. Boa leitura.

http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Tradição

  1. Vivemos em tempos pós-modernos onde a realidade é marcada pela fragmentação do saber, pelo pensamento débil, subjetivismo, relativismo e fundamentalismo. Nessa fragmentação surge uma mescla de pensamentos e valores que mesmo aparentemente opostos se unem numa nova forma de organização. As instituições e a autoridade estão em crise juntamente com os valores que foram cristalizados no passado. Assim, nesse contexto temos também o surgimento de movimentos tradicionalistas. No seio da Igreja Católica Apostólica Romana isso também é verificável. Estes parecem cultivar uma forma de “Tradição” estática, fixa, rígida e ligada, sobretudo, a pensamentos e práticas medievais.
  2. O conceito de Tradição não é unívoco o que traz muitas dificuldades e dificultou a sua compreensão ao longo da história. Assim a tentativa de definição se faz necessário antes de procurarmos analisar as conseqüências. O avanço na compreensão da noção de Tradição pelo Concílio Vaticano II é de fundamental importância para uma sã compreensão da Tradição como parte integrante da Revelação e não como um apêndice desnecessário a fé cristã.
  3. O conceito de Tradição é importante para a auto-compreensão da Igreja, para o diálogo ecumênico e para a ação pastoral da Igreja. A Tradição faz parte mesma da natureza de uma religião e esse fato ganha importância maior quando se refere ao cristianismo e, sobretudo, ao catolicismo, uma vez que a valorização da Tradição é um dos elementos distintivos do Catolicismo frente ao protestantismo.
  4. No início do século XX surgiram na Europa movimentos que procuraram voltar às fontes da Igreja, motivados por estudos sobre liturgia, santos Padres, descoberta de novos manuscritos bíblicos, utilização de novos métodos de interpretação bíblica. Esses elementos influenciaram o pensamento do Segundo Concílio Vaticano (1962-1965). No que tange ao conceito de Tradição este concilio deu-nos uma definição da natureza, do objeto e da importância (Latourelle, 1972). Passa-se a conceber a tradição como viva, em movimento e não como algo estático. A Tradição é dinâmica.
Paulo Giovanni Pereira
paulusiohannes@gmail.com